quarta-feira, 23 de maio de 2012

Proferindo o Pragmático, Sussurrando por Doces Acasos


                                                                                                                                  Wayne Rodrigues

Traçar o dia e contemplar o inimaginável...

Traçar o dia e contemplar o inimaginável...


O belo título quase faz esquecer-me de algumas coisas. Quase me faz acreditar que se trata de mais um bom texto seu (Rafael). Porém, você trata logo mostrar que não na dedicatória. É mais que um bom texto. É a transformação de algo ruim em algo afável. Canalizando experiências.
Por melhor que o texto esteja – o segundo e terceiro parágrafo estão perfeitos, já lhe disse várias vezes isto, eu preferiria que o fato inspirador nunca tivesse ocorrido. Acho que você me entende.

A História, indo mais a fundo, é mesmo a construção das possibilidades. Do esperado e do inesperado. Ambos se confundem e a mistura dos dois a completa, ou mesmo a forma. Não só ela, mas a vida. E o que é História se não a interpretação da vida (humana) e suas implicações? Dos acontecimentos, sejam eles grandiosos ou os vistos como banais. O historiador assume a responsabilidade de registrar e interpretar tais fatos e o faz a seu modo. De acordo com suas convicções, sua formação, seus interesses. Descreve, interpreta, destaca. Acentua propositalmente o que julga importante.

O criticar, o pensar diferente, acaba sendo um doce dissabor que perpetua a magia histórica. Tal ofício, então, faz-se essencial.

Traçar o dia é tarefa das mais comuns na vida. É algo extremamente indispensável nos atuais padrões de vida. A vida é o planejar. Contemplar o inimaginável pode ser tarefa inimaginavelmente inesperada. Poucos conseguem refletir sobre o acaso previamente. E, consumado o acaso, pensar sobre ele nem sempre é tarefa das mais confortáveis. O homem prefere, para conseguir viver, para caracterizar-se como tal, não esperar o inesperado. Negá-lo é o que se faz, mesmo torcendo escondido, talvez à noite, para que, se vier, venha como bons acasos. Fato muito compreensível. É mais cômodo planejar. Mais humano.

“A História é imprevisível”, não sei quem falou, mas creio que seja verdade. Na verdade, na vida e na Historia (que aqui acabam se confundindo, talvez) não sabemos o que, de fato, aconteceu. Imaginamos, inventamos verdades e mentiras a todo instante. Construímos eventos. Tampouco sabemos o que vai acontecer. Planejamos com os dedos cruzados. Torcendo então para que boas surpresas venham e acrescentem benesses.

4 comentários:

  1. A História é a interpretação da vida humana e somos nós historiadores os incumbidos de fazê-la. Achei bastante proveitoso suas palavras, nobre amigo Wayne, perceba como aquele fato nos instigou a tanta coisa e a parti dele nós conseguimos dar novas possibilidades para explicá-lo, entende-lo e dar novas interpretações de algo que por si só tem um cunho negativo. Acredito que o oficio do historiador é justamente dar novas possibilidades de entendermos os movimentos humanos e, com isso, modificar o presente. O sentimento do historiador é justamente olhar fatos banais e cotidianos e perceber nestes grandes explicações para o homem.

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  2. Percebem como o extraordinário faz despertar diálogos corriqueiros, contudo, fantástico, o cotidiano em si é maravilhoso. Espero que não haja necessidade de outro susto para você escrever. hehehe. Valeu Wayne, ficou excelente.

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  3. Wayne, "o Historiador dos Sussurros". Muito Bom! (Y)

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  4. Lisonjeado com os comentários. E continuemos a queimar a lenha deste blog, o qual julgo de grande importância para nossa a formação historiográfica. Uma abraço do "Historiador dos Sussurros". Hahahaha! Valeu.

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