Traçar o dia e contemplar o inimaginável...
Traçar o dia e contemplar o inimaginável...
O belo título quase faz esquecer-me
de algumas coisas. Quase me faz acreditar que se trata de mais um bom texto seu
(Rafael). Porém, você trata logo mostrar que não na dedicatória. É mais que um
bom texto. É a transformação de algo ruim em algo afável. Canalizando
experiências.
Por melhor que o texto esteja – o
segundo e terceiro parágrafo estão perfeitos, já lhe disse várias vezes isto,
eu preferiria que o fato inspirador nunca tivesse ocorrido. Acho que você me
entende.
A História, indo mais a fundo, é
mesmo a construção das possibilidades. Do esperado e do inesperado. Ambos se
confundem e a mistura dos dois a completa, ou mesmo a forma. Não só ela, mas a
vida. E o que é História se não a interpretação da vida (humana) e suas
implicações? Dos acontecimentos, sejam eles grandiosos ou os vistos como banais.
O historiador assume a responsabilidade de registrar e interpretar tais fatos e
o faz a seu modo. De acordo com suas convicções, sua formação, seus interesses.
Descreve, interpreta, destaca. Acentua propositalmente o que julga importante.
O criticar, o pensar diferente,
acaba sendo um doce dissabor que perpetua a magia histórica. Tal ofício, então,
faz-se essencial.
Traçar o dia é tarefa das mais comuns na vida. É algo extremamente indispensável nos atuais padrões de vida. A vida é o planejar. Contemplar o inimaginável pode ser tarefa inimaginavelmente inesperada. Poucos conseguem refletir sobre o acaso previamente. E, consumado o acaso, pensar sobre ele nem sempre é tarefa das mais confortáveis. O homem prefere, para conseguir viver, para caracterizar-se como tal, não esperar o inesperado. Negá-lo é o que se faz, mesmo torcendo escondido, talvez à noite, para que, se vier, venha como bons acasos. Fato muito compreensível. É mais cômodo planejar. Mais humano.
“A História é imprevisível”, não sei quem falou, mas creio que seja verdade. Na verdade, na vida e na Historia (que aqui acabam se confundindo, talvez) não sabemos o que, de fato, aconteceu. Imaginamos, inventamos verdades e mentiras a todo instante. Construímos eventos. Tampouco sabemos o que vai acontecer. Planejamos com os dedos cruzados. Torcendo então para que boas surpresas venham e acrescentem benesses.
A História é a interpretação da vida humana e somos nós historiadores os incumbidos de fazê-la. Achei bastante proveitoso suas palavras, nobre amigo Wayne, perceba como aquele fato nos instigou a tanta coisa e a parti dele nós conseguimos dar novas possibilidades para explicá-lo, entende-lo e dar novas interpretações de algo que por si só tem um cunho negativo. Acredito que o oficio do historiador é justamente dar novas possibilidades de entendermos os movimentos humanos e, com isso, modificar o presente. O sentimento do historiador é justamente olhar fatos banais e cotidianos e perceber nestes grandes explicações para o homem.
ResponderExcluirPercebem como o extraordinário faz despertar diálogos corriqueiros, contudo, fantástico, o cotidiano em si é maravilhoso. Espero que não haja necessidade de outro susto para você escrever. hehehe. Valeu Wayne, ficou excelente.
ResponderExcluirWayne, "o Historiador dos Sussurros". Muito Bom! (Y)
ResponderExcluirLisonjeado com os comentários. E continuemos a queimar a lenha deste blog, o qual julgo de grande importância para nossa a formação historiográfica. Uma abraço do "Historiador dos Sussurros". Hahahaha! Valeu.
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